...Já não importava o que esse mundo estava se tornando. Eu queria apenas viver livre.
Ainda restava o que sobrou de algumas batalhas, mas eu queria mesmo era paz, uma vida fora daquele ambiente hostil do "dia a dia".
No cálice mórbido das noites silenciosas, bebia o vinho sangrento na escuridão das ruínas.
O amargo daquelas noites fazia com que o pensamento viajasse longe no infinito, porém a fraqueza e a indisposição do amanhã... Ah, essa era uma das provas reais de que tudo o que fazemos tem uma consequência e que tudo o que fazíamos e sentíamos nas nossas vidas dependendia do nosso estado físico, psíquico, emocional e espiritual.
Tudo refletia no que nos tornávamos, seres humanos sem uma perspectiva real de vivermos em paz consigo mesmo.
Era uma corrida contra o tempo para ser aceito pelas pessoas de alguma forma, para não ficar excluso do que os grandes cardumes da vaidade e do egocentrismo criavam como se fosse uma "regra da boa convivência", o que na verdade deflagrava uma gigantesca insegurança em "ser o que realmente é".
A maioria das pessoas procuravam se rotular da melhor forma possível, com a melhor e mais conceituada marca, festejando diariamente o mundo com caras, bocas e conteúdos vazios que eram aplaudidos por centenas de seguidores. Essas pseudocelebridades que nasciam e morriam todos os dias estavam em uma luta incessante pra ver quem era melhor, mais belo, mais inteligente...
Mas na verdade a inteligência era o que menos se percebia nesse comportamento automatizado pelas "regras impostas pela sociedade"...
O que se percebia era a banalização do ser humano, um caminho praticamente sem volta..
Tudo o que eu queria era apenas encontrar minha cápsula de fuga de tudo isso...